sábado, 5 de abril de 2008

De Corpo Inteiro


No livro "De corpo inteiro" Clarice Lispector entrevista várias personalidades das décadas de 60 e 70. São encontros memoráveis do meio artístico, científico e cultural: escritores, músicos, cantores, atores, artistas plásticos, cientistas e psicanalistas . Além de ser um livro interessante por conter perguntas fora dos paradigmas empregados em entrevistas jornalísticas, foi escrito com sentimento, com graça. É uma otima oportunidade de entrar na alma de nomes com Jorge Amado, Bibi Ferreira, Tarcisio Meira Ivo Pitanguy e Fernando Sabino, entre outros. Um dos pontos mais interessante, talvez o mais interessante na obra da autora, é que ao tentar desvendar questões de seus convidados e entrevistados, ela própria se revela. Em alguns casos, discutia até mesmo seu modo de criar, seu processo de feitura dos livros e suas experiências no exterior ao lado do marido embaixador, que lhe serviu de inspiração para alguns de seus livros. Minha entrevista preferida foi a De Fernando Sabino ao declarar ter inveja dos santos "Não gosto dos santos! Eles são uns chatos, são muito perfeitos, o que desde já me torna mais pecador"(mais ou menos isso).

sexta-feira, 24 de agosto de 2007

O Tempo e o Vento

A epopéia do Rio Grande do Sul. Com O Tempo e o Vento, Erico Verissimo reconstitui uma época de importância na cultura brasileira, a partir da formação do Rio Grande do Sul.A obra se divide em três partes, abarcando duzentos anos da história rio-grandense:

*Continente - narra a história das duas famílias, os Terra e os Cambará, e os acontecimentos que provocaram a formação da sociedade patriarcal rio-grandense.

*Retrato - Na segunda parte do livro, denominada O Retrato, a duração do tempo é mais limitada. A história se desenvolve entre 1909 e 1915. No entanto, dentro da técnica utilizada pelo Autor, o panorama começado dois séculos antes chega, com O Retrato, à sua culminância no Estado Novo.

*Arquipelago - Na terceira parte, O Arquipélago, aparece a história de Santa Fé e da família Cambará, cuja narrativa se finaliza no momento em que o presente e o tempo da ficção se encontram. Estamos no ano de 1945. A célula familiar se desagrega, simbolizada inicialmente pelo "Sobrado", agora transformada no"arquipélago" da incomunicabilidade.